Jovem do Botafogo tem nome de craque e quase foi dispensado por ser pequeno
Aos 40 minutos do segundo tempo, após cruzamento da esquerda, Raí completa para a rede, sacramenta a vitória, de virada, sobre o Madureira e coloca o Botafogo na liderança do Campeonato Carioca. Um dos destaques do Alvinegro na Copinha, o meia de 19 anos fez o primeiro gol como profissional e busca se firmar no elenco após uma caminhada com alguns percalços. Quase dispensado, contou com a confiança de Bruno Lazaroni, hoje no Athletico-PR.
Nascido e criado na Maré, bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro que compreende 15 comunidades, Raí foi descoberto em um projeto social na região, e teve auxílio para chegar ao Glorioso.
Logo que o jovem começou a se destacar, ainda nos campos da localidade, José Daniel, coordenador da ação, entrou em contato com o ex-jogador Renatinho, que teve agens por clubes como Bangu, America e Portuguesa-RJ. Levado ao Alvinegro para um teste, Raí foi aprovado e ingressou no clube aos 13 anos.
No decorrer da agem pelas categorias inferiores, o Glorioso pensou em dispensá-lo por conta da altura, mas Bruno Lazaroni, à época gerente da base, não permitiu e afirmou que o jogador teria a evolução necessária neste quesito — hoje ele tem 1,74m. Lazaroni ou à comissão técnica permanente do profissional em 2018 e chegou a ser interino em algumas oportunidades. Em 2020, assumiu o time de forma efetiva, mas foi demitido após seis jogos, com duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Atualmente está no Furacão.
Após um período de titularidade no sub-17, Raí oscilou no sub-20 e acabou ganhando espaço na edição de 2022 da Copa São Paulo de Futebol Júnior porque Juninho, então dono da posição, foi promovido aos profissionais.
O Botafogo chegou até às quartas de final da competição — quando perdeu para o América-MG — e o meia chamou a atenção da torcida e comissão técnica. Ele estreou no elenco de cima na vitória sobre o Bangu, no último dia 30, e marcou o primeiro gol no confronto com o Tricolor suburbano.
"Primeiramente quero agradecer a Deus por esse gol e também ao professor Enderson por me dar essa oportunidade. Até ontem eu era destaque da Copinha, fico feliz também, mas agora estou focado aqui no profissional. É um momento muito especial para mim", disse, à Cariocão TV.
Enderson Moreira fez elogios aos jovens da base, mas adota cautela e lembra que eles ainda têm de percorrer um caminho para se consolidar.
"A gente trabalha com jogadores jovens e para isso é preciso ir avaliando o perfil. O Juninho e o Raí são jogadores que temos expectativas e fazemos avaliações ao longo da temporada, nos jogos. Observamos se eles conseguem fazer no jogo o que fez no treino. Não temos que ficar muito entusiasmado com qualquer jovem que foi bem ou rotular negativamente se o menino não foi tão bem", apontou.
O contrato de Raí com o Alvinegro vai até o fim deste ano, mas as partes já iniciaram conversa para a possibilidade de uma renovação.
Homenagem ao Raí, mas nem tanto
O nome de Raí, como imaginado, é em homenagem ao ex-jogador do São Paulo e seleção brasileira. Dona Diana, mãe do meia alvinegro, não era fã do jogador, mas ouviu o nome certa vez, achou bonito e decidiu colocá-lo no filho.
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