Ninguém anda em LA?
Contrariando a máxima de que Los Angeles é uma metrópole 'de carros', propomos um roteiro a pé e de metrô pela cidade
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Contrariando a máxima de que Los Angeles é uma metrópole 'de carros', propomos um roteiro a pé e de metrô pela cidade
Por Eduardo Burckhardt, de Los Angeles, Califórnia
O imenso soou como uma afronta assim que entrei no quarto de hotel. A inscrição Nobody walks in LA , em letras garrafais sobre uma foto de viadutos, preenchia toda a cabeceira da cama. Eu, que nem sei ligar um carro, havia proposto desbravar a cidade onde 'ninguém caminha' (a tradução da frase acima) com meus próprios pés — e, na mão, um TAP Card (o cartão de metrô).
Era uma missão, de fato. Na 'capital americana da cultura do carro', o trânsito molda a vida diária dos moradores — e, de quebra, dos turistas. Para se ter uma ideia, um motorista de Los Angeles gasta cerca de 89 horas por ano em congestionamentos. Não à toa, a cena de abertura de 'La La Land' mostra esse 'ícone' angelino.
Mas eu estava preparado. Pelo fácil o à rede de transporte público, escolhi propositadamente um hotel em Downtown e meti o pé na rua. Amanheci o dia cedo com uma breve caminhada ao Grand Central Market, um mix de mercadão 'raiz' com food hall.
Pela saída da Broadway Street, poucos os levam ao Bradbury Building. Com suas imponentes escadarias de ferro fundido e luz filtrada por claraboias, o edifício já foi cenário do filme 'Blade Runner'. Mas essa nem é sua história mais surpreendente.
Diz a lenda que o jovem arquiteto George Wyman só topou o projeto, lá no ano de 1892, ao receber uma mensagem do além de seu irmão falecido. Pois é, o destino de um dos prédios mais famosos (e bonitos) de Los Angeles foi decidido em um tabuleiro Ouija — aquele jogo para 'falar' com os espíritos.
Pode voltar e cruzar todo Grand Central Market para a próxima atração. Na entrada oposta está o Angels Flight. Por apenas US$ 0,50 (com o TAP Card) você sobe o funicular mais curto do mundo. O trajeto é tão rápido quanto esta cena de 'La La Land' filmada ali, mas vale pelo eio com mais de 120 anos de história.
Pare uns instantes na California Plaza para observar o mix de prédios espelhados, arte de rua e o som distante de um saxofone (bom, talvez eu tenha tido apenas sorte). Depois, siga por 600 metros até o The Broad Museum.
O prédio em si já encanta pela fachada e teto vazados, como uma colmeia futurista. Lá dentro, sem pagar nadinha por isso, você vê as obras ousadas de Basquiat, o universo de bolinhas de Yayoi Kusama, o 'cachorro inflável' de Jeff Koons e mais artistas conhecidos.
Colado ao The Broad, o Walt Disney Concert Hall brilha como uma nave de aço em pleno centro. A obra de Frank Gehry é visita obrigatória, mesmo sem concerto marcado. Basta caminhar ao redor, tocar o metal frio das curvas e se perder nas formas futuristas que refletem o céu da Califórnia.
Hora de pegar o metrô. Da estação Civic Center, embarca-se rumo a Hollywood. Em minutos, o brilho turístico da cidade emerge na parada Hollywood/Vine. Aos subir as escadas, surge a multidão seguindo o rastro de estrelas na Calçada da Fama — e, sim, você também repetirá esse périplo turistão até encontrar a do seu astro favorito.
Ah! Um grande spoiler: não espere muito do Dolby Theatre, a 'casa' da cerimônia do Oscar. Fora do dia da grande festa do cinema — quando é tão maquiado quanto as celebridades, com luzes, cortinas e tapete vermelho —, ele mais parece uma galeria de lojas nada estelar.
De volta ao metrô, outra direção: a estação Vermont/Sunset. Dica de ouro: logo na saída parte um ônibus especial (só US$ 0,50) ao Observatório Griffith. No alto do Monte Hollywood, ele está entre os lugares mais cinematográficos de LA. Desde a inauguração, em 1935, mais de 60 filmes foram gravados ali — do 'De Volta para o Futuro' a 'Transformers'.
No Griffith, vale apenas circular pelos terraços com Los Angeles a seus pés e tirar fotos com o famoso letreiro de Hollywood ao longe ou então gastar um tempo a mais para visitar o planetário e fazer uma boquinha no restaurante local antes de pegar o ônibus de volta à estação.
Eu tinha um check para ticar nessa viagem: o fim de tarde em Santa Monica. E foi fácil. De metrô, volte ao centro até a estação 7th street e pegue as linhas A e E, que levam até a praia. Em menos de uma hora, o cenário muda: o Pacífico se estende no horizonte e o Píer de Santa Monica dá as caras com sua roda-gigante sobre o mar.
Está tudo ali, tal qual nos filmes. As palmeiras à beira-mar, os brinquedos do Pacific Park, parque de diversões de 1916, a placa que marca o fim da Rota 66. E decidi fechar o dia nesse espírito cinematográfico: vendo o céu alaranjar-se sentado no banco do Bubba Gump Shrimp Co., restaurante inspirado no oscarizado 'Forrest Gump'.
Minha mãe sempre dizia que você pode saber muito sobre uma pessoa pelos seus sapatos. Para onde ela vai, onde ela esteve"
Diz Forrest Gump, na cena inicial do filme, com seus Nike surrados, em um banco como esse (ambos reproduzidos no restaurante de Santa Monica)
A ideia desta frase do clássico com Tom Hanks é simbólica, claro. De caminhar pela vida, pelas experiências. Mas, olhando meus tênis carcomidos por esse dia, também acho que vale um tiquim para o viajante na 'cidade onde ninguém caminha'.
Você pode reservar um dia inteiro para combinar Santa Monica e Venice Beach em um mesmo eio. Nesse caso, em Santa Monica aproveite mais o píer, a beira-mar e também o Third Street Promenade, um calçadão vibrante com lojas e cafés ao ar livre. Depois, vá de bike (15 minutos) ou a pé (1 hora) até Venice. A regra ali é se perder entre a praia dos marombas, basqueteiros e patinadores, os canais (daí o nome 'Veneza') e o eterno clima de uma praia dos anos 70.
Também não precisa de carro para chegar aos mundos de Harry Potter, Os Simpsons, Mario Bros e cia no Universal Studios. A linha vermelha de metrô liga o centro de Los Angeles à estação Universal City. Ao sair, você verá placas indicando o caminho para o ônibus gratuito que te leva diretamente até a entrada do parque. O trajeto dura cerca de 5 minutos.
Reportagem: Eduardo Burckhardt
Design: Deborah Faleiros
Imagens: Eduardo Burckhardt; Roberto Nickson, Mika Wegelius, Joe Lee, Mauro Lima, Jorge Salaza, Krys Amon, Emanuel Ekstrom (todos Unsplash); e Getty Images