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Roberto Sadovski

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

'Batman - O Retorno': Como Tim Burton fez do herói da HQ um pesadelo gótico

Michael Keaton é o Homem-Morcego em "Batman - O Retorno" - Warner
Michael Keaton é o Homem-Morcego em 'Batman - O Retorno' Imagem: Warner

Colunista do UOL

26/02/2022 07h08

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Tim Burton não estava nem aí para o Batman. Nos últimos momentos dos anos 1980, quando o mundo transformava seu "Batman" em um dos maiores fenômenos da história do cinema, o diretor considerava sua missão cumprida. Como visão artística, ele estava satisfeito com uma única visita a Gotham City e planejava explorar outros territórios.

Na indústria do cinema, porém, o dinheiro sempre fala mais alto. Os executivos da Warner olhava para os assombrosos US$ 411 milhões que o filme com Jack Nicholson e Michael Keaton levantara nas bilheterias mundiais e, sem absolutamente nenhuma surpresa, queriam mais. Burton, o então garoto de ouro de Hollywood, precisava voltar.

O tilintar das caixas registradoras não tinha efeito na decisão de Burton, então os engravatados lhe fizeram uma oferta que ele não poderia recusar. Se o cineasta toe voltar ao mundo sombrio do Homem-Morcego, ele teria liberdade criativa total para conduzir um novo filme da maneira que achasse melhor.

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Batman e Mulher-Gato trocam um beijo mortal
Imagem: Warner

Imediatamente a produção foi transferida de Londres, onde o filme anterior foi gravado, para os estúdios da Warner em Los Angeles. Burton assumiu também a produção do longa com Denise Di Novi, sua parceira em "Edward Mãos de Tesoura". Anton Furst, diretor de arte que ganhou o Oscar com sua Gotham em "Batman", estava amarrado em um contrato com a Columbia, para onde também foram os produtores originais, Jon Peters e Peter Guber. Burton encomendou um novo roteiro a Daniel Waters, que assumiu o texto no lugar de Sam Hamm, injetou ambiguidade à trama e seguiu seu jogo.

"Batman - O Retorno", lançado em 19 de junho de 1992, é exatamente o que se espera de um filme com a de Tim Burton sem a interferência de um esquadrão de executivos. Uma fantasia gótica sofisticada e elegante, um pesadelo sombrio disfarçado de aventura de um super-herói dos gibis, um filme mais refinado e atraente que seu antecessor. Um filme estranho. Exatamente por isso, um produto mais difícil.

A expectativa para o lançamento de "Batman - O Retorno" era, compreensivelmente, imensa. Não apenas por seu potencial nas bilheterias, mas por toda a indústria movimentada em torno de sua estreia. Em 1989, a primeira aventura moderna do herói disparou o interesse em qualquer produto relacionado ao Homem-Morcego, catapultando o lucro do estúdio para a estratosfera.

Hoje em dia é regra um filme de super-heróis - ou qualquer lançamento relacionado a uma propriedade intelectual famosa - mobilizar um caminhão de produtos que estampem sua marca, de bonecos a roupas a qualquer quinquilharia que possa render uns tostões. Em 1989, porém, "Batman" despertou uma sede adormecida desde que "Star Wars" tornou-se uma marca inerte após o (então) encerramento da série em 1983 com "O Retorno de Jedi".

Tudo operava para que "Batman - O Retorno" fosse um sucesso ainda maior como produto. Afinal, o filme trazia mais vilões e mais veículos, o que sinalizava ainda mais tralhas à venda. O McDonald's armou uma campanha gigantesca para a promoção da aventura, com bonecos representando seus protagonistas oferecidos com os lanches. Tudo estava pronto para a repetição do fenômeno.

Então o filme estreou... E foi um banho de água fria nos parceiros mais empolgados. Se em 1989 "Batman" capturou o clima sombrio das HQS do herói lançadas nos anos 1980, em especial "O Cavaleiro das Trevas" e "Ano Um", resultando em uma aventura com personalidade, ainda que ível, "Batman - O Retorno" trouxe os sonhos perturbadores de Tim Burton com força total.

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Michael Keaton atende ao sinal em 'Batman - O Retorno'
Imagem: Warner

Michael Keaton voltou como Batman, fazendo um Bruce Wayne ainda mais imerso em sua vida dupla. Ele agora enfrenta a ameaça combinada da Mulher-Gato (Michelle Pfeiffer) com o Pinguim (Danny DeVito), manipulados por um empresário sem escrúpulos (Christopher Walken) que deseja ampliar seu poder em Gotham.

Se a trama sugere um filme de super-heróis padrão, a execução ou longe disso. Mergulhado em tintas escuras, "Batman - O Retorno" é uma coleção de personagens mentalmente desfigurados. A Mulher-Gato, por exemplo, é uma mulher reprimida que encontra na violência um escape para sua fúria e seu desejo de vingança.

Já o plano do Pinguim, uma criatura disforme rejeitada pelos pais no berço, é sequestrar todos os primogênitos das famílias mais abastadas da cidade e afogá-los no esgoto pútrido que corre nos subterrâneos da cidade. Tudo isso enquanto concorre à prefeitura de Gotham, trama emprestada de um episódio da série de TV dos anos 1960.

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Michelle Pfeiffer e sua Mulher-Gato emblemática em 'Batman - O Retorno'
Imagem: Warner

Não havia humor fácil, e sim uma atmosfera pesada que distorcia cada uma das fantasias infantis que pudessem ar pelo radar de Burton. Não é ao acaso que os capangas do Pinguim são membros de um circo de degenerados, com palhaços e contorcionistas convertidos em psicopatas infanticidas.

Papais e mamães da América entraram em pânico ao expor "Batman - O Retorno" a seus pequenos. O McDonald's retirou a campanha promocional de cena, causando um prejuízo de aproximadamente US$ 40 milhões aos cofres da Warner. Tim Burton, por sua vez, acredita que seu "Batman" original era um filme bem mais pesado.

Seria impossível em 2022 uma propriedade intelectual valiosa como o Batman ser entregue a um autor com liberdade para executar sua visão da forma que o satisfizesse criativamente. A discussão recorrente é que o cinema massificado atual é um cinema sem riscos, com suas histórias saindo de uma linha de montagem.

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Danny DeVito criou um Pinguim monstruoso em 'Batman - O Retorno'
Imagem: Warner

Existe, claro, ímpeto criativo em meio a demanda por produtos. Acredito que são iniciativas assim que mantém o interesse de quem paga para ver. Não é ao acaso que raramente vemos a filmes de super-heróis assinados por cineastas que tenham uma voz distinta, que fazem o personagem se curvar a eles, e não o contrário.

Para falar do Batman em particular, depois de Tim Burton talvez só Christopher Nolan em "O Cavaleiro das Trevas" tenha desenhado um filme com uma visão muito específica - como um grande thriller policial ao estilo Michael Mann - e contado com o apoio do estúdio para personificar essa visão como cinema.

Outros tentaram mas não conseguiram fazer de seus filmes obras com e personalidade. Joel Schumacher, com seu estilo opulento, colorido e exagerado, devolveu o Batman à segurança do "filme para toda a famiíia" com os inofensivos "Batman Eternamente" e "Batman & Robin". Zack Snyder confundiu hiper estilização da violência com capacidade narrativa e enterrou a versão de Ben Affleck como o Homem-Morcego em "Batman vs. Superman" e em "Liga da Justiça".

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Tim Burton dirige Michael Keaton e Michelle Pfeiffer em 'Batman - O Retorno'
Imagem: Warner

Existe uma estranha simetria no fato que Matt Reeves, um cineasta de escolhas muito interessantes, que foi capaz de injetar estilo e densidade em uma marca poderosa com seus dois "Planeta dos Macacos", assuma o comando de "Batman" três décadas depois de "Batman - O Retorno". Sua abordagem sugere a ruptura que o personagem necessita para se livrar de amarras corporativas e de universos conectados, ampliando seu alcance como produto.

É uma coincidência divertida que seus protagonistas sejam "O Morcego, a Gata e o Pinguim", quase um reflexo preciso do filme que Tim Burton cometeu em 1992 - para que o espelho fosse perfeito, teríamos de acrescentar "O Enigma" na equação, mas Jim Carrey só apareceu no universo do Homem-Morcego depois que a rejeição a "Batman - O Retorno" estava consolidada.

Em um ano tão estranho como 2022, em que Michael Keaton prepara seu próprio retorno como Batman em dois novos filmes, voltar ao universo estranhamente atraente de "Batman - O Retorno", com suas insinuações nada sutis a sexo e espíritos fraturados, é como fechar um círculo. É a recompensa por ser o filme de super-heróis mais autoral que o cinema teve a ousadia de produzir.