Rodrigo já é rosto conhecido para muita gente. O youtuber e apresentador dedicou mais de 10 anos de sua vida a ser cover de Xuxa e frequentou os mais diversos programas de TV, conhecendo inclusive a própria apresentadora.

Nas redes sociais, porém, Rodrigo conquistou um novo público ao longo deste ano e conseguiu se desvencilhar da imagem atrelada a eterna Rainha dos Baixinhos. Em papo com Splash, ele relembra o fascínio que sempre teve pela TV e festeja o novo boom da carreira.

Sou muito focado naquilo que me proponho a fazer. Quem me traz os resultados são as pessoas. Falarem de mim no Twitter não me impressiona. Minha missão é comunicar. Não importa se tem uma ou 1000 pessoas me assistindo. Vou fazer com o mesmo carinho.

Rodrigo Apresentador

Sucesso nas redes

Vivendo em São Paulo desde 2016, com o início da pandemia, Rodrigo se mudou temporariamente para Balneário Camboriú, cidade em que nasceu e está até hoje sua família. Lá, montou o próprio estúdio para o seu talk-show no Youtube e atraiu novos fãs que o conheciam por memes.

Comecei a notar esse aumento do interesse das pessoas de um tempo para cá, depois que meu programa "Divas que Inspiram" viralizou. Me dizem 'Daqui a pouco essa fama a!'. Não me interessa!

No Twitter, muitos se referem ao apresentador como "doll". Mesmo usando roupas femininas e maquiagem, Rodrigo faz questão de explicar que não se identifica como mulher ou não-binário e acredita que o apelido pode carregar uma mensagem subliminar.

Doll é boneca em inglês. Antigamente, chamavam travestis de boneca. Não adoto o apelido porque não sou travesti. O preconceito vem da própria comunidade. As pessoas não percebem que estão desrespeitando a luta das mulheres trans. Se me chamar de doll, não atendo.

Homofobia

Fascinado pelos anos 1990, época na qual cresceu, Rodrigo acha que teve uma infância e adolescência mais livre de preconceitos do que a geração jovem atual.

Se eu tivesse nascido em 2010, teria sofrido muito mais do que quando cresci. Hoje, está tudo muito chato. O mundo regrediu. Cresci ouvindo Mamonas falando absurdos, assistindo as bundas do Gugu, as mulheres na boquinha da garrafa e era normal. Ser criança afeminada nos anos 90 não era problema.

Na internet, Rodrigo precisa lidar com outros tipos de ofensas e xingamentos. Muitos adoram inventar histórias sobre ele, falando sobre viagens que teria inventado ou histórias falsas que poderia ter espalhado. Ele não se deixa abalar.

Não tenho tempo para maldade. Não nasci para vibrar na mesma energia ruim das pessoas. Quando você discute com ignorante, são duas ignorâncias. Para quê vou me desgastar? Acho que são pessoas que não conhecem sexo. São mal resolvidos. Para encher tanto o saco de alguém assim, não transam!

Sonhos

Rodrigo diz que não virou artista: ele nasceu assim. Ainda na adolescência, fazia shows imitando a Xuxa em escolas. Ela era sua grande inspiração. "Queria expressar meu carinho por ela em forma de arte. Dançava, dublava e fiz isso por longos 13 anos", relembra.

Imitando Xuxa, conseguiu oportunidades de aparecer na TV, até em programas de outros ídolos seus como Hebe Camargo, além de conhecer e se aproximar de pessoas que irava. "Sou fã da Mara Maravilha e hoje somos amigos. Frequento a casa dela. Fico lisonjeado de fazer parte disso", festeja.

Rodrigo ainda sonha com uma oportunidade de trabalhar na TV, mas também comemora toda a liberdade que tem na internet. Já tendo sido convidado para "A Fazenda", ele descarta a possibilidade de qualquer reality. "Não nasci para ficar trancado. Ia fazer igual a Gretchen e pedir pra sair!", brinca.

A internet está nos possibilitando a fazer nossa própria TV. Quando eu comecei a fazer meu programa, falavam que não ia dar certo, que ninguém assistiria. Segui em frente porque era meu sonho. Hoje, nos comentários dos vídeos, tenho meu público. Sou dono das rédeas do meu trabalho.