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A história do único casal lésbico a ter união celebrada na Igreja Católica

Elisa (à direira) precisou se travestir de homem para poder casar na igreja com Marcela (à esquerda) - Divulgação
Elisa (à direira) precisou se travestir de homem para poder casar na igreja com Marcela (à esquerda) Imagem: Divulgação

Marcelo Testoni

Colaboração para Universa

08/04/2019 04h00

Parece história de filme, pois o que viveu o casal lésbico espanhol Elisa Sanchéz Loriga e Marcela Gracia Ibeas em 1901 virou um drama biográfico lançado este ano pela Netflix com o título "Elisa y Marcela", em espanhol.

O casamento das duas dentro da Igreja Católica ocorreu há quase 120 anos e nunca foi cancelado, por isso pode ser considerado o único envolvendo duas lésbicas a ter sido celebrado pela instituição religiosa nos últimos séculos.

Vale lembrar que há estudiosos acadêmicos, como foi o historiador americano John Boswell, da Universidade de Yale e autor do livro "Cristianismo, Tolerância Social e Homossexualidade", que defendem que a Igreja celebrou casamentos homossexuais, especialmente entre homens, durante o primeiro milênio do catolicismo, na Europa, e só ou a proibi-los mais efetivamente a partir da Idade Média.

Identidade nova para se casar

De volta à história de Elisa e Marcela, as duas, que eram da região da Galícia, na Espanha, se conheceram em 1888 e resolveram se casar (mas como "homem" e mulher) nos anos seguintes, para evitar um escândalo público, pois inicialmente já haviam sido separadas pelos pais de Marcela, que desconfiavam de um caso amoroso entre as jovens amigas. "Marcela era aluna da escola de magistério. Elisa tinha estudado anteriormente para a mesma carreira e estava trabalhando na escola. Foi então que se apaixonaram", relata o escritor Narciso Gabriel em seu livro "Elisa e Marcela: Mais Além dos Homens".

Elisa, então, adotou um disfarce masculino, inventou um ado e se autonomeou como Mario. Porém, antes, para ninguém desconfiar do plano, as duas fingiram ter brigado e cortado relações. Foi quando Marcela informou à família que estava grávida (o que era verdade, mas até hoje ninguém sabe de quem) e anunciou que se casaria com um primo de Elisa criado em Londres e que tinha acabado de chegar. Seu nome: Mario.

Em 8 de junho de 1901, as duas se casaram na paróquia de Dumbría, na Província de Coruña. O padre ainda batizou "Mario", que disse ter sido criado como filho de um ateu. Na ocasião, Elisa, com 32 anos, usava cabelo curto e terno escuro com camisa. Marcela tinha 29 anos.

A farsa foi parar nos jornais

O que Elisa e Marcela não contavam é que seriam descobertas poucos dias depois. Em 20 de junho, o jornal local "La Voz de Galícia" estampou em sua primeira página o título "Um casamento sem homem", seguido de uma fotografia que as duas tiraram no dia da cerimônia religiosa. "O caso teve uma grande repercussão não só na Galícia, mas também em Madri e na imprensa de outros países, como França, Bélgica e Argentina", explica Gabriel em seu livro.

Elisa e Marcela 1 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Elisa e Marcela 2 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

As duas então perderam seus empregos, foram excomungadas e receberam uma ordem de prisão. "Um médico ainda apontou: acreditamos que tanto 'Mario-Elisa' quanto Marcela são duas doentes neuropáticas e no manicômio, embora talvez não sejam curadas, possam ser estudadas e, presas lá, evitaremos que se propague sua doença, que geralmente é contagiosa, mas por sorte na Galícia não é abundante, como também é muito rara", recorda o jornalista Carlos Fernández em seu artigo "La Primeira Boda Sin Hombre" (O Primeiro Casamento Sem Homem, em português), publicado no jornal A Coruña, em razão do centenário da história.

Recomeço envolto em mistérios

Sem escolha, Elisa e Marcela fugiram para Portugal, que era o país vizinho mais próximo e onde puderam manter o disfarce de casal hétero por mais dois meses. Na cidade do Porto nasceu a filha de Marcela e, diferente do clima na Espanha, ali, os portugueses demonstraram um pouco mais de receptividade ao casal, que mesmo depois de descoberto e pronto para ser enviado de volta ao país de origem, encontrou facilidades e escapou de navio para a Argentina.

O pouco que se sabe depois disso é que, em Buenos Aires, Elisa e Marcela adotaram, respectivamente, os nomes de Maria e Carmen. Em 1903, Elisa chegou a se casar com um dinamarquês de 64 anos, que posteriormente buscou se separar dela, justificando que a esposa se recusava a consumar o casamento. A história termina aí, envolta em especulações, mas a verdade é que o paradeiro de Elisa, como o de Marcela e sua filha, é desconhecido até hoje.

Curiosamente, ado mais de um século, o casamento religioso do casal, de acordo com o Arquivo Diocesano, ainda permanece de pé, já que nem o Vaticano nem o registro civil anularam a certidão que as une como uma só carne. No entanto, em se tratando de uniões LGBT realizadas pela Igreja Católica, na Espanha, pode não ter sido a primeira. Em 16 de abril de 1061 foi firmado um casamento gay entre Pedro Díaz e Muño Vandilaz, no município de Rairiz de Veiga, na Galícia.

"A cerimônia entre os dois homens foi presidida por um padre em uma pequena capela. Os documentos históricos sobre esse acontecimento foram encontrados no Mosteiro de São Salvador de Celanova", afirma Sophia Ward, autora do livro "A Marriage Proposal" (Uma Proposta de Casamento, em português). Hoje, esses registros estão no Arquivo Histórico Nacional de Madri.