Então consumir carne está liberado?
As opiniões sobre o consumo diário da carne divergem. Natália Pinheiro de Castro, nutricionista, doutora em ciências pela USP (Universidade de São Paulo) e membro no NutS (Nutrition Science), diz que por mais que o alimento faça parte do nosso padrão alimentar, ele deve ser consumido com moderação, como tudo na vida.
Ela recomenda seguir as orientações do WCRF (World Cancer Research Fund) e do Inca (Instituto Nacional de Câncer), que sugerem limitar o consumo de carne vermelha (cozida) a 500 gramas por semana —o que representa cerca de cinco bifes, preferencialmente preparados no vapor, ensopados, guisados, assados ou "grelhados" sem óleo.
Segundo o Inca, excesso de carne vermelha eleva o risco de câncer no intestino, uma vez que o alimento possui grande quantidade de ferro heme --que, embora seja essencial ao corpo, consumido excessivamente em longo prazo pode ter efeito tóxico sobre as células
No entanto, repetimos, o problema geralmente não é só a carne. Um importante estudo, publicado no periódico The Lancet, concluiu que existem coisas tão ou mais preocupantes para a saúde quanto o consumo excessivo de carne vermelha, como a dieta pobre em frutas, verduras, legumes, alimentos integrais, fibras e cálcio, e com excesso de carboidratos refinados.
Por isso, a nutricionista Aline Sobreira Bezerra defende que a carne pode, sim, ser consumida todos os dias. "Eu prescrevo de 100 g a 120 g por dia, que é uma porção média, sem gordura e de preferência de uma carne cozida, assada ou grelhada. Eu nunca aprendi na nutrição, em toda a minha vida, que a carne era proibida". Segundo ela, obviamente também não há problema em diversificar o cardápio com frango, peixes, ovos etc.