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Letícia Piccolotto

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Jogamos fora 26,3 milhões de toneladas de comida. Revoltante? É muito pior

Alimentos jogados no lixo podem ser responsáveis também pela emissão dos gases do efeito estufa - iStock
Alimentos jogados no lixo podem ser responsáveis também pela emissão dos gases do efeito estufa Imagem: iStock

18/03/2023 04h00

Uma estimativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) mostra que 17% dos alimentos disponíveis aos consumidores em 2022 foram diretamente para o lixo.

Os dados indicam que as perdas e os desperdícios alimentares são um problema global e responsáveis por até 10% das emissões de gases do efeito estufa.

O desperdício de alimentos representa uma grande perda também de recursos, que vai muito além dos produtos jogados fora. Isso porque a cadeia de produção de alimentos envolve uma multiplicidade de recursos para a sua sustentação.

Podemos considerar, portanto, a perda de água, terra, energia, trabalho e capital, sem contar a geração desnecessária de emissões de gases de efeito estufa, que contribui diretamente para as mudanças climáticas.

Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), de 140 milhões de toneladas de alimentos produzidos por ano, 26,3 milhões são desprezados.

O dado por si só já seria revoltante mas, quando confrontado com o número de 33,1 milhões de brasileiros que estão em situação de insegurança alimentar grave, torna-se imoral.

Em outras palavras, 15,5% da nossa população a fome todos os dias enquanto desperdiçamos toneladas de alimentos.

A redução do desperdício alimentar oferece ganhos multifacetados para as pessoas e para o planeta:

  • Melhorando a segurança alimentar;
  • Combatendo as mudanças climáticas;
  • Poupando dinheiro e;
  • Reduzindo as pressões sobre a terra, a água, a biodiversidade e os sistemas de gestão de resíduos.

No entanto, infelizmente, este potencial não tem sido devidamente explorado.

Estima-se que cerca de 1/3 ou 30% dos alimentos produzidos no planeta sejam desperdiçados ou perdidos por ano, chegando a 1,3 bilhão de toneladas, sendo 77 milhões de toneladas apenas na América Latina.

De todo esse volume:

Frutas e legumes representam cerca de 50% dos alimentos descartados a cada ano.

No Brasil:

  • Aproximadamente 3% de todos os peixes pescados na Amazônia acabam no lixo em virtude das más condições no transporte.
  • Anualmente, os supermercados brasileiros desperdiçam um valor aproximado de R$ 1,3 bilhão apenas em frutas, legumes e verduras.

Se somados aos dados da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), os montantes desperdiçados nas Ceasas e feiras livres, o Brasil certamente teria um imenso volume de alimentos que poderiam ganhar uma destinação muito mais digna através da doação a iniciativas como a Rede Brasileira de Bancos de Alimentos (Decreto nº 10.490/2020).

Atualmente, aproximadamente 45% dos supermercados brasileiros não participam de programas de doação de alimentos, mesmo tendo sido aprovada a Lei 14.016/20 que traz uma nova interpretação sobre a responsabilidade civil do doador, um dos principais temores de quem poderia contribuir com doação.

Segundo relatório do Boston Consulting Group, por ano, sem ações globais, as perdas e desperdício poderão atingir o equivalente a US$ 1,5 trilhão em 2030.

Para lidar com a necessidade de iniciativas globais, foi anunciada durante a Cúpula dos Sistemas Alimentares, realizada em 2021 pelas Nações Unidas, a coalizão global "Food is Never Waste", da qual o Brasil é um dos países signatários.

A parceria global promoverá as melhores práticas na ciência, dados e inovação que ajudarão a diminuir a perda e o desperdício de alimentos globalmente.

Para o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala:

Aumentar a eficiência de nossos sistemas agroalimentares e reduzir a perda e o desperdício de alimentos exige uma mudança de comportamento, bem como investimento em inovação, tecnologias e infraestrutura. Mais do que nunca, todos precisam repensar formas mais sustentáveis de produção, consumo e descarte de alimentos"

Para além de projetos de capacitação e programas de doação, também é possível contar com as centenas de tecnologias que surgem a todo o momento e que nascem com o objetivo de construir um ciclo de produção mais eficiente, sustentável e ível, especialmente no mercado de foodtechs e agritechs.

Entre 2020 e 2021, esse mercado de startups recebeu um investimento de US$ 10,7 bilhões, representando um aumento de 132% em relação ao período anterior, segundo dados da consultoria PwC.

Iniciativas paralelas e muito bem-sucedidas são e e evidências para esse novo olhar sobre como lidamos com o desperdício de alimentos.

É o caso de diversas startups que se dispõem a repensar pontos decisivos sobre o comportamento individual no consumo de comida.

Uma iniciativa brasileira também chama a atenção. Certificada pela "Save Food" da ONU, a Comida Invisível desenvolveu um aplicativo para combater o desperdício.

"Somos um hub de soluções tecnológicas contra o desperdício. Nossa função é, com uma estratégia de geolocalização, aproximar quem tem alimentos bons para serem doados daqueles que precisam desses recursos", diz Daniela Leite, fundadora do aplicativo.

"O desperdício é um hábito —e hábito a gente só muda com educação e recorrência. A gente quer que as pessoas olhem para o invisível, para todo esse processo mecânico de preparo, compra, transporte, produção dos alimentos", completa.

Unir a tecnologia e inovação para combater um problema tão grande e sistêmico como o desperdício de alimentos no Brasil é urgente. Afinal, comer é um direito humano essencial e precisa também ser universal, e o mais rápido possível.