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Tatiana Vasconcellos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Onde você encontra o amor? Se a única resposta for casamento, repense

Mulheres melhores amigas felizes - Getty Images/iStockphoto
Mulheres melhores amigas felizes Imagem: Getty Images/iStockphoto

Tatiana Vasconcellos

Colunista de Universa

21/10/2022 04h00

Cena: um ramalhete enorme de flores cheirosas e coloridas é entregue no lugar em que trabalho diariamente. "Tati, é para você". Ele está em um vaso de vidro, envolto por uma embalagem de papelão de formato cúbico, de onde não consigo tirá-lo. Seguro o buquê que cobre meu rosto e parte do meu tronco, de tão volumoso. Procuro um cartão, um bilhete no meio das flores, sem sucesso. Curiosa sobre quem poderia tê-lo enviado, ajeito o arranjo em uma cadeira e volto ao microfone do estúdio da Rádio CBN.

Qual a primeira coisa que a pela sua cabeça nessa situação? Aposto dez talkeis que é uma cena romântica: hum, um irador secreto (mando o pix para depósito em seguida). Pois pela minha também foi. Ouço gracejos, faço piada com os colegas sobre possíveis remetentes e tentativas de conquista.

No caminho de volta pra casa, sentada no banco do carro ao lado das flores, me pergunto: por que um homem? Por que conquista? Não pode ter sido uma mulher? Por esse ou por algum outro motivo?

Em casa, tiro o vaso da embalagem e encontro um bilhete. "Para expressar minha iração por você". A são duas iniciais. Fico ainda mais intrigada. Publico a imagem das flores na rede social das fotos, mostro que elas combinaram demais e alegraram minha sala, agradecendo a gentileza e pedindo para que a pessoa se identifique. Assim como você pensou, muita gente se manifestou: uau, um irador, um galanteador, um conquistador.

Pois minutos depois ela aparece com uma mensagem linda. Tratava-se de uma mulher, profissional do sistema de Justiça, que vive em outro Estado que não o meu, que acompanha meu trabalho e quis expressar iração pelo que faço, sobretudo em questões de gênero. Se deu ao trabalho de encomendar um agrado que alegrou meu dia, me emocionou profundamente e me pôs para pensar.

Me emocionou porque sempre fico surpresa com o alcance e o impacto do que faço profissionalmente. Isso não é caô nem falsa modéstia. Me comove verdadeiramente. Depois, porque, em tempos de tanto ódio disseminado contra a classe jornalística, inclusive e principalmente pelo presidente do país, é emocionante receber uma manifestação de gratidão e carinho "apenas" por exercer meu ofício.

Mas por que pensamos sempre numa situação romântica? Talvez porque estejamos condicionadas a vincular manifestações de amor sempre e tão somente ao amor romântico.

Somos ensinadas a viver em busca de um alguém, de preferência um homem, para casar e viver "feliz para sempre". Ainda hoje, culturalmente, esse é o objetivo de muitas mulheres. Assim, a relação romântica vira nossa principal fonte de amor, depois da família. Percebe o tamanho da frustração que isso pode representar?

Outro aspecto que essa situação me trouxe foi a conexão entre mulheres. Numa sociedade patriarcal, somos formadas numa lógica de competição feminina. A mais bonita, a mais gostosa, a mais inteligente, a mais amada, a preferida, a escolhida, sempre por comparação com outras mulheres.

No amor romântico, não são raros triângulos que opõem duas mulheres (ou mais, sabe-se lá) que se odeiam na "disputa" por um homem. Isso me soa ridículo e ultraado, apesar de ainda muito enraizado na nossa cultura. A parte boa é que, aos poucos, temos avançado em direção a uma palavra que de tão usada talvez tenha se desgastado: sororidade. Quero trazê-la de volta.

Também podemos falar em irmandade, solidariedade, aliança, apoio, união entre mulheres. Praticar a sororidade pode ser um desafio para quem foi formada aprendendo a ver a outra sempre como rival. Exercitar o amor entre amigas pode ser o começo de uma boa trilha.

Quase toda a minha fonte de amor e apoio está nas relações de amizade que estabeleci e estabeleço na vida. Prezo demais todas elas e cuido para que resistam e se adaptem às transformações a que estamos sujeitas —o que não quer dizer que algumas não fiquem pelo caminho.

No livro "A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão" (ed. Paidós), minha leitura atual, a psicanalista Ana Suy dedica um capítulo ao "amor amizade". "Enquanto no amor sexual temos a tendência a querer ser o único objeto de amor do outro e a demandar que ele também seja único para nós, curando nossas feridas narcísicas infantis, no campo da amizade temos muito menos perturbações. (...) A tendência da amizade é poder, mais do que dividir, espalhar o amor". Estamos carecendo tanto dele nesses tempos violentos, não é?

Podemos treinar a mudança de olhar, observar em outras mulheres o que desperta iração e manifestar esse sentimento por elas. Exercitar o espalhamento do amor despretensioso, sem falsidade, sem fazer média. Que tal?


Para ler:
"A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão" (ed. Paidós), Ana Suy